Os velhos no terreiro
contam histórias do antigo
buscando nelas o abrigo
com doçes palavras de amigo.
Recordam vidas passadas
labutas, entre canseiras
sem nunca perderem a esteira
da fulgor de suas vidas.
E com brilho no olhar
lá contam suas venturas
conquistas, e desventuras
com uma força de pasmar.
Ao canto o Zé da adega
onde pisavam as uvas
não faltava a uma rusga
já só vê por uma nesga!...
Quase que serra o punho
e o cajado já vergava
ao falar do Zé da cunha
e das ovelhas no restolho!...
Zangas essas mal curadas
que nunca foram esquecidas
que por actos ou palavras
nem no tempo da vergada.
Mas é neste convívio
que se regem nobres gentes
com bons ou maus sentimentos
vivem o hoje como d'antes.
recordando esses momentos
que é p'ra todos um alívio.
MC