Desvarios
A mente, encerra em si
Ciclos de um vai e vem
Pausas p'ra ver quem tem
Vestes que pousam em ti
Traços, que crescem em mim
Sombras que vingam sem fim!...
MC
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
A mente, encerra em si
Ciclos de um vai e vem
Pausas p'ra ver quem tem
Vestes que pousam em ti
Traços, que crescem em mim
Sombras que vingam sem fim!...
MC
Mais para ler
Medram hostes, do nada
Vertidas em campos rosados
Tolhem, todos os prados
Sortes estas, malfadadas.
Senti-te baixinho a orar
Chorando, bem junto a mim
E num crepitar sem fim
Teus olhos a marear!
O mar d'àgua se esbateu
E logo o sol despontou
De fulgor, tudo tomou
Quando em ti se deitou.
Honraria, te seja feita
Sem desdém ou preconceito
Vingue forte em teu peito
A liça de tua desfeita.
Campina, de olhos tristes
Carregas em ti forte peso
Essa cruz de arremesso
Cavalgando tempo agreste!
Voa bem alto franzina
De roupagem colorida
Seja a luz, tua guarida
Num mar de despedida.
MC
Mais para ler
II
O peido, só tem um sentido
Chegar à porta de rompante
Mas se preso, por um instante
Então, vai ter alarido.
O peido, perde o sentido
Para criar afirmação
Mas da grande satisfação
Quando sai comprimido.
O peido, é coisa boa
E não há quem o não larga
Mesmo quando se caga
No fundo, tudo entoa.
Peida forte, a criança
A menina, e quando adulto
Até o cobarde faz força
E o padre, peida por indulto.
A moça, se elegante
Peida descontraída
Mas fica arrependida
Ao ouvir o cantante.
A mulher avantajada
Não peida,sem ser aos pares
Não tem medo dos ares
Nem de acabar com a boda.
Quando a mulher é magra
Não lhes garante guarida
E numa festa aguerrida
Ri, muito enquanto caga.
Já a mulher poderosa
Caga de qualquer maneira
Diz que não é brincadeira
E peida-se sempre à grosa.
A miss, a custo se larga
E sempre em duplo sentido
Mas com ar comprometido
Fala muito enquanto peida.
A velha, volta-se e peida
Mas sem qualquer preconceito
Diz que lhe apanhou o geito
E não se cala enquanto peida.
O peido, não é brincadeira
E o bufante agradece
Se preso, apodrece
E pode soltar caganeira.
Se ao transar,sentir mau hálito
Cuidado, canal errado
A boca é do outro lado
A não ser força do hábito.
Peida a freira no convento
O médico, no hospita
O juíz no tribunall
E o papa, so larga vento.
O político no parlamento
Peida de qualquer maneira
O ardina, peida na feira
E o aluno na carteira.
O governo, por comportamento
Diz que so peida a direito
Quando chega ao presidente
Esse, só peida por decreto.
Tudo peida minha gente
Por vontade ou tentação
Não percam pois a razão
Ao deixar peido pendente.
MC
Mais para ler
I
O peido pediu ao cu
Licença, para sair
Mas sempre a descair
Fechou-se p'ra não partir
Que o peido, não passa do cu.
Foi tão forte a contracção
E o peido preso à porta
Que a moça em contrição
Fugindo já toda torta
Senta-se em contemplação
Para o cu abrir a porta.
O cu já muito dorido
Que o peido, tinha cozido
Larga tudo de repente
Com força de estrela cadente
E numa forte exclamação
Ribombou como um trovão.
O alívio, foi geral
E a moça sorrindo de novo
Virou-se para seu povo
Que nem cheirava tão mal.
O puto, caiu redondo
Ao levar com o alarido
E a moça descontraída
Disse ser culpa do conde.
Com as bordas do cu a arder
E o nariz a doer
Saltou o muro a fugir
Para nunca mais se ver.
MC
Mais para ler
Um botãozinho de rosa
Segredou-me de mansinho
Que lhe lesse bem baixinho
Letras de rima, e prosa.
Disse-lhe baixinho também
Que rosas, não tem a vida
Rimas, é só a guarida
Que esta vida não tem.
Seus olhos grandes, a marear
Ferveram de espasmo, e pranto
Escorrem forte, até quando...
Trapos d'alma encharcados.
Perguntei-lhe com temor
De lhe provocar pavor
Centelha, por favor
O que te traz tanta dor?
Fitou-me breve de espanto
Por centelha lhe chamar
Que há muito, não ouvia clamar
E ser centelha seu fado!...
Soltei-lhe breve, uma rima
Para lhe lavar o fado
Tirar o jugo pesado
De seu rosto de menina.
Centelha de luz pequena
Que brilhas, bem junto a mim
Nasçam risos sem fim
Em teus lindos olhos, morena.
Rasguem-se os céus telha a telha
Conjurando novo lema
Germine em ti mente amena
Morena, linda centelha.
Um Anjo, subiu aos céus
Sobre os braços de morfeu
Levando pensamentos meus
Que agora, também são teus.
MC
Mais para ler
Condessa, Condessa mia
Que trazes na alcofa escondida?
Serão frutos de pele despedida
Que na alcova tua Aia fia?
Diz-me Condessa, de teus ais...
Quantos soltas por passada?
Pois teus passos enlaçados
Soltam nos Pajens muitos mais!
Teus olhos senhora, de cor de amendoa
São luzes deste lugar
O sol mero luar
E seus raios, em ti entoa.
Senhora, raio de luz
Que espelhas todo o condado
Sempre que passa no adro
A noite se verga à cruz.
Diz-me Condessa singela
Que trajes esses te tecem
Pois mais de aia parecem
Sempre que estás à janela
Sorris límpida, sem desdém
Mesmo para alguém sem vintém!
Diz-me pois, cara Senhora
Que medos te medram no peito
E te tomam de trejeito?
Que as nuvens se adensem a eito
Gravando em si teu feito
E lavem teus medos, agora.
MC
Mais para ler
Não mais cravos ou rosas
Não mais incúria de mente
Não mais este viver temente
Não mais este jardim de prosas.
A ruína de um canteiro
Qual jardim encantado
Ensombrado, malfadado
Por este, vulgo mensageiro.
Decano das esplanadas
Mestre em artes circenses
A plebe de tão decadente
Joga-lhe coutos de emboscada!
Logo a prol sai a terreiro
Vincados na alta faiança
Rogando encher de dança
E terem um olho certeiro...
Carregam setas e centros
E cacos por todo o lado
Que este povo enrascado
Não sabe ler os letreiros.
É um arrastar de pandilhas
No palácio das cadeiras
Já são tantas as candeias
Para alumiar mareais!
Do pêso de seus alforges
Já o jumento resmunga
E logo o Prior excomunga
Os passos tortos do Borges.
Mas o ogre esbaforido
Salta a cerca do consórcio
Impelido por doce ócio
Crava-lhe farpas destemido.
Os malandros mais a monte
De branco e trapos vermelhos
Que tão prenhes de jumentos
Largam-lhe coros em mote.
Mas em suas necessidades
O curro de maltrapilhos
Envoltos nos espartilhos
Logo difundem vaidades.
O cerco, já vai no adro
E os faustos foçam no odre
Que já nem o cheiro a podre
Os expele do agrado.
Mais a jusante, lindos muros!
Todos pintados de rosa
Onde alguns colhem à grosa
E são paridos tantos burros.
Da canalha, já tem medo
E nos canteiros se esconde
Pois já não sabe para onde
Nem se o dia se faz cedo.
Nesse pensar permanente
De só as reformas papar
Há que mais uma mamar
Quando ficar pendente.
Saltam-lhe as falas pausadas
Das olheiras do encharcado
Que roga pragas de enfado
Às previsões malfadadas.
Logo o puto da lambreta
Na sua ciência exacta
Foça, escava desbarata
Sem nem sujar a gravata.
Larga enredos à toa
E lamúrias desmedidas
Vê-as tão breve detidas
Em seu A-8, com proa.
Mas eis que chega, altivo
O courato d'além mar
A passo, com falta de ar
P'ra mais um dia festivo.
Saltam-lhe ideias à frente
Sem as ousar arrolar
Logo se põe a ladrar
Nas bestas que lhe dão o mote.
O pequenito do frio
Que chegou teso e rijo
Sem qualquer prejuízo
Corre já solto, sem freio.
Com sua testa de jazigo
E ideias de arriba
Só lhe cresce a barriga
Já para fora do abrigo.
A relva, cresce a reboque
Nos planos de equivalências
São tantas as valências
Que os cursos saltam ao toque.
Por percalço da mente
Os agora aqui esquecidos
Não fiquem pões esbaforidos
Serão lembrados certamente.
Estas hostes de um deus só
Que pandilham na finança
Lambuzam, enchem a pança
E a praga nunca vem só!...
MC
Mais para ler
O cheiro a terra molhada
E logo se arreda o cacimbo
Lavando todo esse limbo
Gravando nova alvorada.
Negage dos mil amores
Que cantas letras antigas
E todas as tuas cantigas
Se alvitram de primores.
Da capopa ao caricoco
Da praça cheia de graça
Espelhas toda a tua raça
Nos olhos de ti, nobre moça!
Negage, terra de encantos
E gentes de todo o lado
Que ao sentirem o teu fado
Logo te ficam pendentes.
A fuligem da queimada
Que ao longe se ouve estalar
Eleva teu cheiro no ar
Negage, terra prendada.
Enlevo pois, tuas dores
Bem alto no firmamento
Em ti pouso, o pensamento
Oh terra de meus amores.
MC
Mais para ler
Banana, feijão e pinga
Goiaba ananás e manga
Maracujá e jinguba
Mandioca, pilão e fuba
Tudo esta terra tem
Até a planta do dém-dém
E do maluvo também.
Tem pau de bordão
Para tocar a percussão
E até com árvore do mamão
de faz um violão!
Um bom prato de funge
Com quiabo e paca assada
Gindungo bem assanhado
Para temperar o guisado
Mas se ficar à rasquinha
Bebe uma cuca fresquinha
Muita mais fruta tem
Até da morena também
Mas não vamos falar de isso
Senão perde-se o juízo.
Tem flor de sabugueiro
Para fazer um fumeiro
E sem qualquer complicação
Trata da constipação.
Se passarem no carneiro
Bem atrás do hospital
Tem pitanga bem docinha
Argila muito branquinha
Que trata de qualquer mal!
Se noutras terras tem mais
No Negage tem demais
E vamos parar por agora
E deixar p'ra outra hora!...
MC
Mais para ler