CONDESSA
Condessa, Condessa mia
Que trazes na alcofa escondida?
Serão frutos de pele despedida
Que na alcova tua Aia fia?
Diz-me Condessa, de teus ais...
Quantos soltas por passada?
Pois teus passos enlaçados
Soltam nos Pajens muitos mais!
Teus olhos senhora, de cor de amendoa
São luzes deste lugar
O sol mero luar
E seus raios, em ti entoa.
Senhora, raio de luz
Que espelhas todo o condado
Sempre que passa no adro
A noite se verga à cruz.
Diz-me Condessa singela
Que trajes esses te tecem
Pois mais de aia parecem
Sempre que estás à janela
Sorris límpida, sem desdém
Mesmo para alguém sem vintém!
Diz-me pois, cara Senhora
Que medos te medram no peito
E te tomam de trejeito?
Que as nuvens se adensem a eito
Gravando em si teu feito
E lavem teus medos, agora.
MC