LETRAS SÓ
À caneta prazenteira
Lhe confio a palavra
Que letra a letra, ela grava
Na folha a sementeira.
Vagueia então a distância
Nesta tão certa presença
Uma incerta aliança
Da frescura dessa ausência.
Seguimos por mundos distantes
Centros de luta bravia
Em todos, farta euforia
Cheios de feitos constantes.
Nesta doce alegoria
De palmilhar tanto mundo
Tão breve se fica mudo
E medra a melancolia.
Dois seres dentro de um so
Numa contenda constante
Uma peleja incessante
Sem curta pausa, nem dó.
Trazer mundos ao mundo
Surreal contemplação
Que nasce da comunhão
Qua a caneta tem por fundo!...
Soltas, alcançam barreiras
Semeando a desordem
Mesmo que o não notem
Juntas vencem fronteiras!...
MC