Cumpre o preceito da roda
da roda que agora estala
no nó do gôto se entala
a roda que enrola a vida.
Dias se alongam no tempo
consomem-se em cinzas por dentro
víl ardor que sulca o ventre
quan longo, curto, sedento!
Na alegoria de um caprixo
repulsa de um sonho na têmpora
rola por dentro e por fora
que o viver é vil caprixo.
O querer perdeu no dono
lá p'rás bandas do sei lá
não mais repousa por cá
quedou-se perdido no sonho.
Entôa baixo um refrão
que urge fazer seu caminho
tão ténue, tão baixinho
um sopro, sorriso, perdão!...
Rebentam as ondas do tempo
no paredão da agonia
que enquanto a vida fugia
secava em espuma por dentro.
Corre farta em míngua solta
num corrimão de anteparas
porquê? Não sei nada para
essa ruga tão afoita.
Solta-se enfim o cordame
que ampara o sol poente
por mais que pulse ou intente
brilha murcho a quem o clame.
Solta a prôa suas garras
acolhendo vento a jusante
rasgando sulcos a levante
gravando em carne as amarras!...
MC